Saiu na Imprensa

Vejam o que os jornais falaram sobre a publicação das obras de Cicinato Ferreira Neto. acesso em http://diariodonordeste.globo.com/m/materia.asp?codigo=603399

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=408050



sábado, 5 de maio de 2012

Livros do Nordeste 11

Um livro, digamos, imprescindível, para quem acompanha a trajetória de Virgulino Ferreira é "Lampião em Mossoró", de Raimundo Nonato. Não se trata de romance, trabalho jornalístico ou ensaio específico sobre a passagem de Lampião pela cidade potiguar em meados de 1927. Mas é um livro riquíssimo, com certeza o que traz maior número de fontes sobre o episódio. Raimundo Nonato, um dos maiores escritores do Oeste potiguar, autor de excelentes obras sobre Jesuíno Brilhante e sobre a passagem da Coluna Prestes pelo município de São Miguel, publica trechos de jornais mossoroenses da época, depoimentos de bandoleiros, crônicas, relatórios, versos, informações de testemunhas, enfim, uma ampla variedade de informações que, juntas, compõem o melhor acervo sobre a intrigante passagem do Rei do Cangaço pelas terras do oeste potiguar. O próprio autor esclarece para o leitor: "Esta não é propriamente a história de Lampião [...]. O propósito real dessa publicação, outro não é senão, o de levantar do esquecimento, do pó dos arquivos e das páginas dos velhos jornais da época, o noticiário exato e a descrição minuciosa das cenas de vandalismo, praticadas pelo grupo de Virgulino Ferreira, na sua passagem pela Zona Oeste do Rio Grande do Norte".
Trecho significativo: (edição utilizada: sexta edição, Mossoró, Coleção Mossoroense, série C, volume 1489, 2005): "Esse tempo relâmpago, de menos de cem horas, tanto quanto levou o grupo de Lampião no Rio Grande do Norte, permitiu, contudo, à malta desenfreada percorrer um número de léguas quase inacreditável, pois cobriu, em viagem batida de quatro dias apenas, um percurso que anda perto de 400 quilômetros, com uma poderosa cavalaria de montada, apetrechos de guerra, prisioneiros, animais de muda e mais de 60 combatentes, poderosamente armados, para qualquer eventualidade.
Nesse itinerário de lutas, depredações e violências, coberto entre 10 e 13 de junho de 1927, o grupo sinistro deixou, da sua passagem uma crônica de horrores, de morticínio e de miséria. [...]
 Este fato, como acentua Mário de Andrade, é um dos pontos culminantes da vida do trabuqueiro de Vila Bela". (p.12-13)   

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